quarta-feira, 27 de maio de 2015

O que ando fazendo.




Queria fazer um texto sobre política, mas achei que ainda não tinha tanto arcabouço teórico sobre isso para discursar sem cometer equívocos irreparáveis, por todo um texto de 60 linhas. Decidi então falar do que ando fazendo atualmente, sobre o que ando pesquisando, sobre os trabalhos de escola que ficam na minha mente, sobre os amores e  pequenas paixões. Pois bem.

 Atualmente, o último livro que terminei - mentira, faltam 40 páginas para ler, as quais estou terminando por pdf, pois devolvi o livro à biblioteca - foi O amor nos tempos do cólera do Gabo ( Gabriel Garcia Marquez). O nome parece levar para o ultra-romantismo. Mas não. Gabo é do realismo fantástico, assim como José Saramago.  Ouvi falar desse livro por um grupo no facebook chamado Papo Literário, que eu achei nesse blog. Então, o livro para discussão desse mês era esse e, como eu já tinha vontade de ler algo do Gabo, decidi pegar da biblioteca que eu frequento. 

Rapidamente, o livro me prendeu, não só pela narrativa leve mas direta e chocante do escritor, mas pela forma como ele coloca sua visão do mundo, principalmente o amor dos personagens. É um amor de 50 anos, uma paixão de adolescência que se torna um amor doentio, apenas por uma das partes. Pela outra, por Fermina, ela é uma pessoa até mesmo sem amor, contra o amor. Vive num casamento comercial, por ter achado alguém no qual era cômodo conviver. E conviveu. Pelo resto da vida. O personagem que sofre de amor, o Florentino, enquanto enriquece para conquistar sua amada septuagenária, tem, aproximadamente, 500 amantes, como ele fala. Ele fala o nome de todas num pequeno livro entitulado Elas, no qual ele escreve. São pequenas paixões, que talvez sejam mais sinceras do que o amor doentio dele. Mas gostei, especialmente, da personalidade de suas centenas de amantes. São sempres viuvas, são sempre mulheres que se livraram da moral da sociedade, que vivem para seu bel prazer, que não ligam de aparecer com homens, mas que não tomam nenhum como esposo, para o dia a dia. Além disso, tem a prima de Fermina, a Hildebranda. É uma moça alegra, feliz, com um amor louco, que, no fim, não acontece, e ela aparece gorda, com filhos e casada. Como alguém que nunca queria ser. O livro tem 400 e poucas páginas. Começa com a velhice e termina na velhice, enquanto o desenvolvimento é dado à juventude. Achei isso significativo. Gabo, com certeza, será um dos meus escritores favoritos. Quero ler Memórias de minhas putas tristes, agora. Preciso arrumar. Entre os livros que vou ler, está o quarto volume de O tempo e o vento, do Erico Verissimo, estou tentando ler Clarice Lispector, O santo e a porca, que eu terminei. Aaaah, é. 

 O santo e a porca eu li para a aula de português, de literatura. Ariano Suassuna. Confesso quê, quando a professora disse o nome do livro, xinguei mentalmente, por um pré-conceito contra literatura nordestina. Comprei. Comecei a ler. É em forma de teatro, então, corre rápido. Não, os principais temas não são fome e seca. Mas cansei de falar de literatura.


 Andei pesquisando, principalmente hoje, mais sobre política. Tenho umas tendências centro-esquerdistas, sou simpatizando do PSOL. Mas não acho o PT esquerdista. Por quê? Porque protege Deus, e não um estado laico. É simpatizante do comunismo, da igualdade social. Mas não gosto o jeito com que quer resolver isso. Quer resolver o problema dos pobres com o dinheiro da classe média, que trabalhou para alcançar aquilo.  Erro gráfico ai, comunismo não é ateu? Pois é. 
Minha mãe, ao contrário, é mais direitista, mais do PSDB. E é a favor do Intervencionismo Militar. Ela diz que, do jeito que está hoje, político atrás de político vai entrar no poder e não vai fazer nada, e o único jeito de acabar com esse ciclo é se o exército pegar esse poder para si e devolver novamente ao povo, para novas eleições. Por isso não sou a favor disso. O problema é: e se não devolverem? E se forem devolver, vão devolver para quem? Para as mesmas pessoas que estavam no poder antes, ou para a oposição ou para o atual governo. E o ciclo novamente recomeça. 
Atualmente, o Brasil é considerado uma democracia híbrida. Uma democracia não bem democrática. Concordo com isso. Temos muita mídia controlada, atrás dos panos, o que é mascarado. E, talvez, essa mídia mascarada seja pior do que a que mente descaradamente. Pois você acredita piamente de que aquilo é uma verdade imutável. Acaba com seu senso crítico. Acho que o único jeito de melhorar a democracia é com democracia transbordando pelos poros. Pela educação. Nós não temos investimento na infraestrutura educacional. Nossos professores não têm boas faculdades e cultura necessária para passar aos alunos. E é cultural dos brasileiros o não respeito com nossos docentes, além de um desprezo pelas aulas, pela sede de conhecimento. Outro ciclo vicioso. Alunos que não pensam formam adultos que votam no deputado do qual pegaram o papelzinho no chão. Isso, de alguma forma, é positivo ao atual governo. Eles querem gente alienada mesmo. O problema é que, se os governantes não dão educação ao povo para que eles sigam-os, qualquer pessoa com maior lábia pode chegar e todos virarem adeptos dele. Se toda a população culta alemã idolatrava Hitler, a população brasileira que, atualmente, tem uma cultura tão pobre, não vai seguir o primeiro que aparecer? Num livro do Augusto Cury eu li uma vez uma frase parecida com: " Se nossos adolescentes seguem qualquer cantor como um louco, não seguiriam um líder carismático com um bigodinho fofo que diz que vai te salvar?" Total verdade. Concordo completamente. Enfim, não vou proteger nem PT nem PSDB, pois acho tudo a mesma ladainha. 

 Foi esse site que me inspirou politicamente. Tem muita coisa interessante para se ler. Estava passendo pelo facebook quando achei uma matéria sobre livros aí. Estou lendo muita coisa no Literatortura ultimamente também. 

 P.S: Falei que não ia discutir política mas acabei discutindo.




  

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