sábado, 12 de março de 2016

Quatro Barras, 11 de março de 2016.

Oi, Amanda.
 Considerando você ser uma pessoa oito ou oitenta mais do que o saudável, provavelmente ou estará extremamente bem ou extremamente mal. Você? Digo, eu. Ou será que uma pessoa pode mudar tanto assim ao ponto de tornar-se outra? Dizem que algumas pessoas não chegam lá. Lembra que você sempre tinha a sensação de que era essa pessoa, mesmo não sabendo onde era " lá "?
  No fim, apesar de ser muito importante o mundo daqui 45 anos, o que realmente quero saber é sua vida. Minha vida. Minha ou sua? Só me diga que não se tornou quem mais odeio. Só me diga que não criou uma casca emocional, que mudou algo, que foi algo. Se tornou alguém que é mais do que só uma copia. Que soube viajar o mundo mas aprender que essa sensação dentro de você nunca vai passar. Fugir nunca dá certo. Espero que entenda isso melhor que eu.
  Ou talvez não.
  Só saiba que eu te amo, apesar de tudo.
  E isso deveria ser o principal. Com Deus ou não, com qualquer coisa explicando a vida. Construir dia a dia qualquer coisa que preste. 
  Se ache.
  Ainda dá tempo.
  Adeus,

Amanda Kalinoski.

Carta escrita para concurso da ONU, cujo tema é " escreva uma carta para si mesmo quando tiver 45 anos".


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