Fazia tempo que não falava sobre literatura, porque estou lendo muuuito menos esses últimos tempos. Mas hoje, peguei novamente o exemplar da biblioteca de O Retrato vol. 2, do Erico Verissimo, o quarto livro de O tempo e o vento. O protagonista desse é Rodrigo Terra Cambará. E o post de hoje é sobre ele. Ainda estou no começo do livro - embora tenha que devolvê-lo amanhã. Na página 114. E fiquei pensando sobre esse personagem. Ele, realmente, é uma pessoa que me dá ódio. Mesquinho, sabe? Acho que quase acabei parando de ler por causa dele.
Pela primeira vez na vida, acho que concordo com Don Pepe, o arquista, o comunista: " Esto no es la manera de resolver los problemas sociales. Eso es humillante. La fétida caridad cristiana! La pútrida generosidaded burguesa! " E é isso sim. Esse Rodrigo Cambará é irritante. Ele tenta converter seu desprezo e superioridade pelos homens pobres em caridade, doando, doando e doando, e, depois, comovendo-se com suas falsas palavras, esteticamente perfeitas, em vez do real sofrimento a que elas se dirigem. Faz o tipo moralmente falso. Acaba com a vida de duas pessoas e acha que está sendo bom, que são seus atos piedosos. Nunca odiei com tanta força um personagem. Ele é superficial demais. Superficial ao estilo pessoa verdadeira, porque eu não o odiaria com tamanha força se não parecesse tão verdadeiro. Moralista hipócrita.
Okay, falei tudo o que tinha que falar. Mais tarde vou fazer resenha sobre esse livro, quando terminar de lê-lo.
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