quarta-feira, 10 de junho de 2015

Tô Cansada


Please don't leave. 

Por favor, não vá. 
  Tô cansada, sabe. Tô cansada de não conseguir não discutir. Tô cansada de ter boca pra falar. De falar demais. De me irritar, porque as pessoas querem proteger uma causa sendo que não apresentam bons argumentos. Aliás, argumentos nenhum. Que usam informação errada que qualquer pessoa de pouca confiança posta. Tô cansada, sabe. Das pessoas. É cansativo lidar com pessoas. Será que eu tenho uma ideia tão diferente assim de visão de mundo, que eu tenho que ser obrigada a ficar protegendo ela, dia a dia, com qualquer pessoa que me aparece na frente? Pessoas que querem discutir mas não sabem ouvir, que ficam insistindo em seus argumentos erroneos, que não sabem dizer: " Tá bom, chega, esse tá errado, vou defender de outra forma. " Pessoas cegas, sabe. Eu olho pelos lados e não vejo pessoas burras, mas alienadas. Completamente alienadas. E vejo isso em mim, também. Não posso fugir disso se fui criada nesse mundo, com as concepções de todo mundo. Então, por que sou diferente? Não quero me equiparar aquela guria de tumbler que fica postando frases tristezinhas e fotinhos tristes, e comentando no dia dos namorados: " Me alugo como namorada, embora ninguém vá querer". Não. Não esse tipo de diferente. O que há de tão errado em defender LGBT's, ir contra a Família Tradicional, achar que Jesus Cristo não foi deus, que deus não existe, em ser feminista, em ser contra a redução da maioridade penal, em ver sexo de uma forma completamente diferente, em não ver no materialismo toda a " falta de valor " que as pessoas vêem, mas sim, uma sinceridade extenuante, muito melhor do que o falso moralismo que prendem as pessoas no que é dito na TV, nos jornais, pelos políticos, nas redes sociais. Alienação. É só o que você. Em mim, neles, naqueles. Em toda parte. 
 Please don't leave. Por favor, não vá. Por que tenho que sentir falta de alguém que não existe? Isso é carência? Não, não pode ser. É meio que um vazio. Um vazio pesado, sabe. As vezes, só paro e penso: " As pessoas devem achar que você é uma revoltada que tem que sempre ter ideias opostas." Será? E será que eu não sou assim mesmo? Quero me convencer, cansativamente, que não. Mas as vezes questiono, sabe. As vezes só tenho vontade de fugir. Por que eu tenho que seguir uma carreira? Hein? Por que eu tenho que precisar de Deus? Por que eu não posso viver como bem entender? Por quê? É extenuante as pessoas tentando te rotular, sabe? Parem. Parem. Só parem. Não quer dizer que só porque eu não acredito no que a maioria das pessoas crê, em todas as formas, eu seja " errada". Não. Não sou. Só tenho uma ideia diferente de você, e gosto de falar dela. Gosto de tentar quebrar a alienação das pessoas. Isso não é desrespeito. Eu só estou tentando atentar à minha liberdade de expressão. De religião. De moral. 
 Enquanto isso, continuo escutando Money Power Glory, e achando a letra mais sincera que a cabeça de muitas pessoas.


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