segunda-feira, 6 de julho de 2015

Frankenstein e a maratona




Finalmente, uma foto que eu mesma tirei. Café, unhas gordas e Frankenstein. 

  Então.  Eu tinha o objetivo de passar minhas férias lendo e assistindo filmes. Foi quando descobri uma coisa chamada Maratona literária de inverno, do canal Geek Freak. Essa aqui! Resumindo, você tem os desafios e tem as semanas temáticas. Assim, você vai ter um mês de leitura intensa. No meu caso, pretendo ler 12 livros, de hoje (06/07/2015), até o dia 03/08, se não me engano. Então, hoje comecei com Frankenstein, que cumpre um dos desafios: livros com figuras e ilustrações, além de que a primeira semana é ficção científica, distopias e fantasia.  
 Eu já tinha tido uma frustrada tentativa de lê-lo, que não deu certo, porque eu era uma burrinha que ainda não compreendia esse clássico. Que tinha marcado " taciturno" como uma palavra não identificada. Nesse primeiro dia, li apenas 52 páginas, impressionantes demais. Estou fazendo anotações do lado e grifando algumas partes. 
 Primeiramente, o caso de Frankenstein e seu monstro me lembra o de Deus e o Homem. Inclusive, em alguma outra edição, a epígrafe é:
   " Pedi eu, ó meu criador, que do barro
Me fizeste homem? Pedi para que, 
me arrancasses das trevas? "
 Acho que um dos primeiros pontos que podem repercutir em boas discussões sobre esse livro, é quando ele fala algo sobre o que nele o tira do caminho rotineiro dos homens,é sua paixão pelo maravilhosos, ou, no caso de quem fala - que é o capitão do navio que acha Victor-, é o que o leva até o " mar tempestuoso e as regiões desconhecidas que estou a ponto de explorar." Ou seja, o que torna um humano excepcional em suas aventuras ou desventuras, é sua paixão, talvez até mesmo doentia. Isso se faz a perceber quando, em sua ânsia, no decorrer de sua paixão, indo ao Pólo Norte, Victor lhe diz: " - Infeliz! Possui-lhe loucura igual a minha?". Assim, o que torna esses dois tão maravilhosos em suas personalidades, são suas paixões.
  Então, depois de pequenas cartas, em que nos é apresentada Victor e o capitão do navio, a verdadeira estória do cientista começa, falando sobre  seu pai e de sua mãe; ambos pequenos poços de piedade e misericórdia e bondade - e principalmente em sua mãe, um toque de ingenuidade. Em um ponto da história, fala isso sobre ela: "  frequentemente vissitassem as casas dos pobres. Para minha mãe, mais que um dever, era uma necessidade, uma obsessão - lembrando o quanto ela havia sofrido, e como havia sido resgatada. " Então, na sinopse, temos que, mais do que uma história de ficção científica, Frankenstein é uma constante argumentação dos comportamentos humanos. E então, você se pergunta: Por que a mãe dele continuava a praticar o bem? Não podemos deixar de pensar em um bom inerente, mas também somos inconscientemente levados a pensar, que, por ter sido salva pelo pai de Victor, ela é boa para tentar se redimir, talvez tentando pagar uma espécie de divida que acha que tem com a Vida ou consigo mesma. E espero que, novamente, durante o livro, tenhamos mais um exemplo de bondade, para tentar novamente perguntar a ele: Por quê?
 Enfim, tem outra parte que me chamou bastante a atenção, e precisarei copiá-la aqui:
  
  " O camponês ignorante contempla os elementos a seu redor e sabe de seus usos práticos. O mais erudito dos filósofos pouco mais sabe. Desvelou em parte a face da natureza, mas suas feições imortais são um assombro e um mistério. Ele pode dissecar, analisar e dar nomes; mas, sem nem falar na causa última, mesmo as causas secundárias ou terceárias lhe são inteiramente desconhecidas. " 

 O que me fez lembrar de um poema de Fernando Pessoa, que li recentemente: 
      Por que o único sentido oculto das coisas
      É elas não terem sentido oculto nenhum
      É mais estranho do que todas as estranhezas
      E do que os sonhos de todos os poetas
      E os pensamentos de todos os filósofos
      Que as cousas sejam o que realmente parecem ser
       E não haja nada que compreender.

Tanto o poema quanto a parte falam por si só, dispensando qualquer tipo de filosofia minha.   Quando li pela primeira vez - ou tentei -, a parte que fala do luto de sua mãe, coisa não tão importante, é narrada de uma forma inclusive excepcional, tanto pela estética quanto pela profundidade, que acabam nos afetando e fazendo sentir o mesmo, foi a que mais me afetou, o que não deixou que novamente eu tivesse a mesma sensação, mas, enfim, em minha opinião, continua sendo a narrativa de um sentimento de luto mais peculiar e impressionante que eu já li. 
 Voltando a maratona já esquecida.
 

 Odiei essa foto, mas okay. Na primeira semana, vou ler Frankenstein e reler Jogos Vorazes e Em Chamas, minhas primeiras distopias. Na segunda, suspense, terror e thrilers, Tragédias em três atos, da Agatha Christie e Hannibal, do Thomas Harris ( sou apaixonada pelo Gaspard Ulliel). Na terceira semana, que é drama e romance, vou ler Extraordinário, da R.J Palacio, O Burado da Agulha, do Ken Follet e Tormento, do John Boyne. Finalmente, na quarta semana, livros nacionais, é O Observador no Escritório, do Drummond, Tenda dos Milagres, do Jorge Amado e Auto da Compadecida, do Ariano Suassuna. Vou terminar o lindo, perfeito, incrível, do qual vou fazer post só para ele, As Memórias de Cleópatra, O Beijo da Serpente, durante esse mês.



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