segunda-feira, 18 de julho de 2016

Fotos e crise de impostor


Não sei porque nos sentimentos plagiando quando estamos tirando foto, ao menos, eu me sinto, demais. O que é estranho, porque não deveria ter nada igual ao que estamos tirando foto - nós mesmos e o lugar a nossa volta são especiais e únicos. Mas é o jeito com que olhamos pra ele, como focamos, os detalhes em que prestamos atenção em tudo. Cansei de ver fotos de suculentas, pés, café em xícaras bonitas  e garotas magras com cabelos perfeito - alô we heart it. Claro, não podemos culpar os outros ou nos culpar por isso. Como dizem por aí (droga!) você precisa usar a voz dos outros até descobrir a sua própria. Mas até lá, a crise de impostor vai continuar batendo na sua porta.



   Um dos fotógrafos que me fez babar por esse tipo de arte foi Tarkovsky (também diretor de filmes maravilhosos como Stalker). Eu tenho fotos dele e de Man Ray na minha parede. São duas pessoas que me inspiram demais. E eu amo o jeito com que fazem fotografia. Principalmente o primeiro. Porque ele retrata a realidade, ele não tenta pegar o mais bonito dela - pelo contrário, ele retrata o caos, lugares muitas vezes feios, é um artista que no segundo que você olha para uma foto, você tem certeza que é dele. Porque ele achou a própria voz. Acho que originalidade é isso. 



  De qualquer forma, originalidade é uma coisa extremamente complicada, porque você não vai conseguir nunca, de jeito algum, criar sua arte do nada, sem inspiração alguma. Na literatura, você percebe como cada coisa que você está lendo naqueles dias influencia o jeito como escreve e a mesma lógica funciona para a fotografia. 


Mas assim, eu nem sei se me importo tanto assim com essa coisa de ser original, porque eu vou continuar tirando fotos mesmo que alguém venha me apontando o dedo e dizendo que assim, eu sou uma impostora. E olha lá, tem até um cacto ali. 

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