sexta-feira, 15 de julho de 2016

Saí da frente da TV, garota

WARNING: Esse post não tem qualquer pretensão
 de ser uma crítica cinematográfica séria, somente opiniões 
pessoais  sobre os filmes assistidos. 

Após esse aviso muito preciso, deixa eu explicar o título: eu assisti 8 (O-I-T-O, oito, eight, hui, etc...) em uma semana. Claro, foi uma semana de férias, então, podemos até podemos retirar um pouco do meu crédito, mas eu nunca tinha assistido tanto assim. Isso não contando os episódios aleatórios de algumas séries que eu falo depois. Então, vamos lá.

 Cópia Fiel

Esse filme eu assisti querendo escrever seriamente sobre ele para a Revista Moviement. O que quer dizer que eu estava prestando muita atenção em detalhes sutis e em posições de câmera. A direção é do Kiarostami. Que morreu no começo desse mesmo mês. Então, eu recebi uma newsletter sobre ele e deu vontade de assistir. Assim, é um bom filme. É profundo, é cult, é delicado e trata da vida e de seus problemas de uma forma muito sensível. Mas eu não achei aquelas coisas. 

  Os diálogos são as melhores partes.  Principalmente sobre a questão de original versus cópias. Em que o homem - que é um escritor exatamente sobre esse assunto, fala " Qual é a diferença?". E qual é, mesmo? Se a cópia tem a essência igual, por que é pior? Não é a própria arte uma cópia da vida? O que é original? Se você nasce achando que sua cópia é original e passa a vida toda assim, qual a diferença? 

 A partir de um momento em que são confundidos com um casal, eles entram nos personagens e passam a encenar como se realmente fossem um casal, enquanto passeiam pela França ( a fotografia é muito linda ). O meu diálogo favorito é quando ela conta do filho, que ele estava na chuva e ela falou para ele entrar porque iria pegar uma gripe. Então ele olhou pra ela e falou: " So what? ". Ela disse que ele ia morrer e ele continuo: " So what? ". E então, o escritor diz que as crianças falam as mesma verdades que os filósofos. A diferença é pagamos os filósofos pela nossa atenção.

    No fim, na cama da suposta lua de mel deles, fica a questão de: " Eles são um casal original ou uma cópia de um? ". Mas daí você lembra da frase de minutos antes: " Qual a diferença?" Nenhuma. 

    Nota: três estrelas.

Cidades de Papel 
" Ela não era uma aventura. Ela não era uma ideia preciosa. Ela era uma garota." 

Eu já tinha assistido esse filme, que eu amo de paixão. Inclusive, eu já escrevi sobre ele no blog, aqui. Eu andei lendo depois sobre como Margo é uma desconstrução da famosa nova bela recatada e do lar, ou a Manic Pixie Dream Girl. Continuo achando o filme maravilhoso. Estou esperando ansiosamente que saia o filme de Quem é Você, Alasca? Que é um dos meus filmes preferidos da vida. 

  Nota: quatro estrelas.

Ex- Machina

Que filme maravilhoso. É sci-fi conceitual que se pauta principalmente no teste de Turing sobre inteligência artificial. O protagonista, quando "ganha"uma competição, vai para a casa de um cientista louco que criou uma IA mas ainda não sabe se ela realmente tem consciência ou somente a finge. Eu vi muita gente dizendo sobre o final do filme " mas no fim você fica com essa coisa de: afinal, ela realmente é um humano ou não?". Se você ficou em duvida, me desculpa, mas você não anda prestando muita atenção. 

  [PODE CONTER SPOILER, PULE] O protagonista acha que foi mandado pra lá para ele testar se a IA tem consciência ou não, mas no fim, o cientista louco fala que o verdadeiro teste era ela manipulá-lo para poder sair. Ela passou no teste. Ela fingiu sentimentos e empatia, jogou um contra o outro para chegar ao seu objetivo. E quem faria isso se não um humano? É a prova de que ela é uma IA. [PODE CONTER SPOILER, PULE].

   Preciso de mais filmes sci-fi conceitual (que realmente são baseadas em teorias e não tipo Star Wars, que é fantasia científica), que é um gênero que eu adoro demais. 

Nota: cinco estrelas.

Sniper Americano 

Eu tenho sérios problemas com filmes de guerra. Primeiro que eu acho muito engraçado como matar gente, sequestros e tortura podem ser coisas  horríveis em tempos normais e em guerras são atos dignos de aplausos. Essa mudança brusca de princípios me irrita. O ódio por inimigos (mesmo que no filme sejam terroristas) é outra coisa que eu nunca vou entender. Não tenho o sentimento pra poder apreciar filmes de guerra. Mas estava passando. O diretor é um dos meus preferidos - Clint Eastwood - , então eu assisti.

   Não podemos negar que é um bom filme, claro que é. O protagonista é um atirador de elite obcecado pela guerra ao ponto de esquecer da sua própria vida, da sua esposa, dos seus filhos. Sendo honesta, achei ele um mesquinho com complexo de herói. O que me fez muitas vezes torcer para os terroristas (eu sou problemática, podem admitir). O jeito com que o cara morre é outra coisa muito ridícula que me deixou perplexa e o filme acaba com imagens reais de milhares de pessoas com bandeiras dos USA pela morte do herói de guerra.

NOTA: três estrelas.

Bastardos Inglórios

Tarantino, na minha opinião, é um cara super-estimado (espero que nenhum louco obcecado com ele apareça com uma arma na minha porta, risos). E esse é um dos filmes dele mais conhecido, que é uma história alternativa do fim da Segunda Guerra Mundial. A personagem mais interessante é de longe Shoshanna, uma judia que namora com um negro e é  dona de um cinema onde vai acontecer  a estreia do filme da carreira de Goebbels, o ministro da propaganda nazista. O que é com certeza uma premissa muito interessante. Também temos no elenco o lindo do Brad Pritt, que é um dos bastardos inglórios que recebeu a missão de matar Hitler. 

 É um ótimo filme, bem construído e com uma trama  muito interessante. Mas sei lá, faltou algo a mais pra se tornar parte dos meus filmes favoritos. Embora tenha adorado a última cena, extremamente espirituosa,com dois bastardos inglórios fazendo a suástica na testa de um nazista vira-casaca. Bem, dá pra entender por que as pessoas idolatram Tarantino, mas não é pra mim.

NOTA: quatro estrelas.

V de Vingança
(Debaixo dessa máscara há mais do que carne. Debaixo dessa máscara há uma ideia, Sr. Creedy.)

É sobre revoluções, ditadores que abusam de seu poder, população que percebe que é a base da nação. É sobre integridade humana e amor. É sobre ideias e filmes. Sobre leis e terrorismo. É sobre vida. É uma distopia ( e eu sou obcecada por distopias ) que se passa numa Inglaterra extremamente conservadora não tão longe de onde estamos agora. É provável. É sobre máscaras. É sobre impunidade e política. É sobre como mudar um país. É um filme que, deu mio, é um dos favoritos de toda a minha vida. 

Também é sobre heróis e vilões - e sobre como eles podem estar na mesma pele, ou melhor, na mesma máscara. Ou seja, tem todos os temas que eu amo. Eu também já havia assistido esse umas trilhões de vezes mas eu precisava lembrar. Lembrar de cinco de novembro. 

 [SPOILER PULE POR FAVOR] Uma das minhas partes favoritas do filme é quando ela é "pega" pelos pró-governo e é torturada enquanto recebe as supostas cartas escritas em papel higiênico da prisioneira da sela ao lado, contando sua história e falando sobre integridade, sobre aquele papel ser seus centímetros mais preciosos, mas apenas centímetros. E depois, quando ela, apesar de ter sido torturada, apesar de não ter mais nada (nem pai, nem mãe, nem irmão, nem cabelo e nem nada), não coopera. Por integridade. Porque ela já não tinha nada e não podia perder seus últimos centímetro - tão pouco, mas era só o que ela tinha e por isso mesmo centímetros tão preciosos - que no caso eram apenas algumas palavras sobre o mascarado. Integridade. [SPOILER PULE POR FAVOR].

Nota: seis estrelas (eu roubo, eu sei).

Jovem e Bela
Adoro como o cinema francês é extremamente sensível ao contar histórias de vida simples e belas como a de uma prostituta chamada Isabelle, menor de idade. E a personagem é tão complexa e tão profunda, a atuação é tão perfeita que dá uma pequena grande  vontade de chorar somente de lembrar. É a construção da vida sexual de uma adolescente que acaba tomando caminhos diferente dos usuais. Não tem muito bem como colocar em palavras um filme francês. Por que é um sentimento que se constrói através de todas as imagens maravilhosas. 

   Você fica se perguntando: afinal, por que as pessoas são o que são ou fazem certas coisas? Ela tinha tudo o que ela queria, ela tinha dinheiro, uma família. Por que ela se tornou prostituta? Estava na sua personalidade? Eu sempre tive achei muito interessante histórias de pessoas que tem tudo e mesmo assim se perdem. E mesmo assim, era quem ela era. Tão errado assim? Era perigoso, como a psicóloga dela diz " alguns clientes podem ser violentos". Mas é uma profissão tão antiga mas ainda tão tabu. 

Nota: cinco estrelas.

Maze Runner: correr ou morrer

Pra falar a verdade, eu achei a premissa muito interessante. Eles colocam um monte de gente dentro de um campo no meio de um labirinto. A cada mês, sobe uma pessoa a mais para aquele lugar. Os corredores - que são os que podem entrar dentro do labirinto - mapearam-o todo. Não há saída.  Ninguém lembra de nada, com exceção de seus próprios nomes. Poderiam ter feito disso uma história maravilhosa com personagens maravilhosos, mas quando comecei a assistir, os personagens eram tão chatos que eu quase desisti se não fosse a Kaya Scodelario.

 O protagonista é um garotinho mimado que se acha o especial, que acha que veio para salvar todos, que acha que sabe de tudo e é melhor do que todos, podendo destruir em dois dias regras que mantiveram todos a salvo por três anos. Thomas é simplesmente um personagem muito chato, irritante e egocêntrico que me tirou todo o gosto do filme. E os outros personagens parecem somente apêndices, sem personalidades nenhuma, que vivem para salvar a vida do garanhão do pedaço e obedecê-lo.  Enfim, é um filme que tem uma trama muito boa, mas que cag** nela com esses personagens chatos. 

Nota: duas estrelas.

+2 séries 

Eu também achei espaço nessa semana ( não me perguntem como ), para assistir os três primeiros episódios de Mr. Robot. E fala sério, uma série cujo protagonista é um hacker com sérios problemas sociais e viciado em morfina que acha um grupo que quer derrubar grandes empresas que controlam o dinheiro de todo mundo, como eu posso não gostar? Os diálogos são ótimos, os personagens são bem construídos e profundos e a trama fala de revoluções. Não são episódios de graaandes acontecimentos ou muito animada, até porque é uma série mais psicológica.

 Além disso, eu estou quase acabando a sétima temporada de Gilmore Girls - que virou minha religião, me converti. E gente, esperando ansiosamente o revival. Que demora! Estou apostando que a Rory estará com o Logan, porque eu shipo demais eles.

Só isso.

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