sábado, 6 de agosto de 2016

#6 Diferentões

não parece o tipo de coisa que se colocava no orkut?

Tipo assim, graças a Deus que existem diferenças. São elas que nos tornam minimamente interessante às outras pessoas, por causa do mistério. Tudo o que nos faz nós mesmo são nossas diferenças. E eu não sei se estou parecendo a vovó de vocês mas, ultimamente, cadê as diferenças? Tudo bem que, na maioria das vezes, a gente se enquadra (se torna quadrado) em algum tipo de grupo ou tribo para que nos sintamos reconhecidos, porque na a gente esquece que a nosso tripo é ser humano. Mas para todo lugar em que você olha, você vê pessoas exatamente iguais. E isso me irrita enormemente. Cadê as diferenças (?) se torna por consequência cadê as pessoas interessantes?

Com as pessoas que eu convivo diariamente, eu posso saber exatamente como são todas: classe média, gostando de um pop raso, com cabelos lisos, maquiadas extremamente, sempre falando sobre garotos e academia e quantas calorias foram consumidas durante a semana. Eu não quero generalizar. Eu sei que no meio daquele povo todo deve ter alguém diferente disso. Mas talvez essas falem mais alto - e não só no sentido literal. Nós - humanos - não sabemos lidar de jeito algum com nossas diferenças. Por isso fizemos tantas guerras. Por isso existe preconceito. Acabamos nos enquadrando a quem está com a maioria e abafando o que há de diferente em nós. Abafando as pessoas diferentes em volta de nós.

"Nossa, diferentona" você diz. Eu digo, okay. Obrigada. Claro que a gente tem que saber conciliar. Só porque algo é amado e adorado por todos não quer dizer que seja ruim. Daí você não está sendo diferente e interessante. Daí você já está sendo preconceituoso. Sabe quando seu pai falava "como você sabe que não gosta se não experimentou?" quando você fazia bico para uma comida? Bem. Isso funciona em tudo. Seu pai estava redondamente correto. Para sabermos se, bem, não gostamos das mesmas coisas que todo mundo e para descobrirmos nossas diferenças, primeiro temos que ler aquele livro que todo mundo está falando, ver aquele filme que todos estão comentando.

E tudo bem se você não gostar. E tudo bem se você gostar. Só não minta ou finja para si mesmo só para que as pessoas a sua volta gostem de você. Use o que gosta, mesmo que seja um penteado que pareça de criança e as pessoas não gostem. Parece clichê, mas entrando no que eu acabei de falar, só porque todo mundo comenta de tal livro ou filme não quer dizer que é ruim. Não tenha complexo de diferentão mas não se enquadre em tudo só porque as pessoas querem.

Um pouquinho de equilíbrio, às vezes, é bom. 

Porque eu quero encontrar pessoas que, bem, estão com maria chiquinhas e de salto no meio do corredor de vinho com um carrinho pequeno cheio de porcarias. Quero uma pessoa que goste de Britney Spears e de Chopin. Que os olhos brilhem quando veem futebol mas também quando veem teatro. Quero pessoas que sejam pessoas, pelo amor de deus. Porque não podemos mais ser robôs. O primeiro passo para que aprendamos a lidar com as diferenças é trazer elas a tona, mesmo em nós mesmos. Precisamos aprender a ser humanos. E o que nos faz humanos é ter diferenças. 

Porque humanos são interessantes, mas não perfeitos. E robôs são perfeitos, mas chatos. O que você prefere?

São as imperfeições que fazem dos humanos interessantes. São os bugs. Como já falei trilhares de vezes, são as diferenças. Então as mostrem.

2 comentários:

  1. Há muita gente interessantes por aí! É necessário abrir a roda social para encontrá-las *-*

    ✦ ✧ http://bruna-morgan.blogspot.com ✧ ✦

    ResponderExcluir
  2. Exato <3 Não adianta procurar pessoas diferentes no mesmo lugar, hahah.

    P.S: Amo teu blog <3

    ResponderExcluir